Discurso como preparado pelo Embaixador dos EUA para Angola e São Tomé e Príncipe
Muito Bom Dia!
Tenho o prazer de participar hoje ao lançamento do projeto “Dinheiro Digital é Melhor”. Este projeto avaliado em cerca de 5 milhões de dólares será implementado em parceria com a Africell. Irá capacitar a população angolana a proceder operações de recebimentos e pagamentos de forma digital conveniente através dos seus telemóveis, preenchendo assim uma lacuna que boa parte dos angolanos observava nas transações financeiras. Este projeto faz parte da iniciativa de Parceria para Infra-estruturas e Investimentos Globais (PGII), a iniciativa emblemática do Presidente Biden e do G7 que está a atrair investidores do sector privado e a responder à procura de financiamento de infra-estruturas de alta qualidade em vários países.
O lançamento deste Projeto hoje, é apenas mais um exemplo do impacto desta iniciativa aqui em Angola. Recentemente presenciamos o novo apoio do governo américo em Angola, que está a disponibilizar 900 milhões de dólares para financiamento de dois projetos solares pela empresa norte-americana Sun África, com vista a gerar mais de 500 mega-watts de energia renovável. Alem disso, está previsto um pacote de financiamento na ordem dos 250 milhões de dólares para financiar o Corredor Ferroviário Atlântico do Lobito – uma linha ferroviária do Porto do Lobito em Angola até à fronteira com a RDC. Este é apenas o início de uma parceria em curso para promover o “modelo americano”. Este modelo pretende facilitar o investimento do sector privado dos EUA para modernizar as infra-estruturas de Angola de uma forma transparente sem criar dívida insustentável. É assim que estamos a construir pontes para um futuro mais brilhante.
Mas hoje quero destacar o que o dinheiro digital pode contribuir no desenvolvimento. As ferramentas financeiras digitais surgiram como poderosos facilitadores, quebrando barreiras e chegando até aquelas pessoas anteriormente excluídas do sistema financeiro formal. Esta revolução começou em 2007, quando o M-PESA tornou possível aos Quenianos efetuar pagamentos com uma mensagem de texto. Desde então, outros países africanos alargaram o acesso ao sistema financeiro. O sector privado desempenha um papel fundamental para tornar estas ferramentas financeiras digitais acessíveis. No entanto, a colaboração entre o sector privado, governos e organizações não-governamentais, como se vê aqui hoje, pode ajudar a criar um ecossistema financeiro digital ainda mais inclusivo que beneficie as populações mais remotas.
Angola atualmente ocupa uma posição “baixa” no Índice de cobertura da Prevalência de dinheiro digital, com apenas uma cobertura de 6 por cento. São ainda constantemente verificadas longas filas fora dos bancos angolanos e a maioria das transações financeiras ainda é realizada em dinheiro. Estima-se que apenas 36 por cento da população angolana tenha contas bancárias formais.
Mas existe uma maneira de inverter esta situação rapidamente e aumentar a inclusão financeira. Cerca de 72 por cento dos angolanos usam telemóveis, e isto pode ser um bilhete para a inclusão financeira.
Só precisamos de aumentar a consciencialização sobre estas opções e a capacitação para potenciais clientes, ao mesmo tempo que apoiamos o sector privado a fornecer estes serviços às populações mais carenciadas e em zonas remotas.
É exatamente isso que o projeto “Dinheiro Digital é Melhor” pretende fazer: trabalhar com a Africell e os seus parceiros locais para implementar a sua estratégia de pagamentos digitais. O projeto irá também ajudar a garantir que o dinheiro digital chegue às comunidades mais carentes, sobretudo aquelas afetadas pela insegurança alimentar. A literacia financeira será incluída nos programas de capacitação, com integração nas nossas iniciativas existentes, como o programa “Mulheres na Agricultura”, que se centra no aumento do acesso à formação em competências básicas para mulheres agricultoras. O projeto “Dinheiro Digital é Melhor” também irá apoiar a Africell a integrar outras aplicações digitais, incluindo microcrédito, poupança, e planos de seguro na sua plataforma, aumentando ainda mais o seu impacto.
Para as pequenas e médias empresas, o projeto “Dinheiro Digital é Melhor” permitira a utilização de aplicações de dinheiro digital para gerir vendas e pagamentos, que é uma ferramenta comprovada para aumentar o crescimento desses negócios e criar mais emprego.
Finalmente, um dos objetivos principais do projeto é estimular a inclusão financeira. O que significa oferecer produtos e serviços financeiros viáveis e acessíveis aos indivíduos e empresas sem acesso aos bancos. Através deste projeto, o Governo dos Estados Unidos apoia os recentes esforços do Banco Central de Angola (BNA) para desenvolver uma Estratégia Nacional de Inclusão Financeira. Os Estados Unidos apoiam os esforços de Angola no sentido de reformar as políticas para atingir os seus próprios objetivos, na proteção do consumidor sobre o uso das finanças digitais, nos pagamentos a retalho e comerciais, assim como a segurança cibernética. Através deste projeto, estamos também a apoiar o novo Plano Nacional de Desenvolvimento de Angola, 2023 a 2027, que identifica a inclusão financeira como um objetivo chave. Os Estados Unidos da América estão alinhados com Angola como um parceiro para o progresso que produz resultados.
Para concluir, vale ressaltar que a digitalização das finanças já melhorou a vida de bilhões de pessoas. Esperamos fazer o mesmo aqui em Angola através do projeto “Dinheiro Digital é Melhor”. Orgulho-me que o governo dos Estados Unidos da América em parceria com a Africell, estejam a ajudar para a massificação da inclusão financeira a milhares de angolanos.
Viva a cooperação entre os Estados Unidos de América, Angola e Africell.
Muito obrigado.