Discurso do Embaixador Dr. Tulinabo Mushingi
na Receção para Mulheres alusivo ao Dia Mundial da Igualdade das Mulheres
Good Evening and Boa Noite!
A Sra. Mushingi e eu damos-vos as boas-vindas à esta casa do povo americano. É uma honra estar rodeado por um grupo tão poderoso!
Esta noite, celebramos a igualdade de género e o empoderamento das mulheres. Entre Angola e os Estados Unidos, reflectimos sobre a importância da inclusão da mulher em todos os aspectos da sociedade, ao mesmo tempo que enaltecemos exemplos brilhantes de liderança e realização feminina. Exemplos brilhantes como a Vice-presidente americana Kamala Harris e a Vice-presidente angolana Esperança da Costa estão a quebrar barreiras como as primeiras mulheres a ocupar os seus cargos. A agilidade e a liderança de mulheres como a Presidente emérita da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, e a Presidente da Assembleia Nacional de Angola, Carolina Cerqueira – que gentilmente se juntou a nós esta noite – mostram como as mulheres estão a liderar os órgãos legislativos em ambos os lados do Atlântico. E há inúmeros outros exemplos de representação e perseverança, apesar dos desafios únicos que as mulheres enfrentam nos nossos respectivos países.O encontro desta noite é um lembrete para mantermos estas questões na vanguarda das nossas mentes durante todo o ano, não apenas na celebração do mês de março ou em julho, quando homenageamos as mulheres africanas.
Vocês são as impulsionadoras, as agitadoras, as que fazem acontecer, liderando na frente, mas, com demasiada frequência, as mulheres são deixadas a liderar nos bastidores. A antiga Secretária de Estado Hilary Clinton disse-o bem: “Nenhuma sociedade pode prosperar quando metade da sua população é deixada para trás.” Este sábado, reflectimos sobre o Dia da Igualdade das Mulheres nos EUA. É um marco do dia em que as mulheres americanas garantiram o direito de voto em 26 de agosto de 1920. O próprio espírito do sufragismo, ou direito de voto, tem a ver com a inclusão e com a garantia de que todos os cidadãos podem participar plenamente na vida política e económica do seu país. Na experiência dos EUA, quando as mulheres conquistaram esse direito, houve uma mudança imediata na política, com aumentos nos gastos públicos com saúde, educação e programas sociais.
Ao promover as mulheres e as raparigas, não só tocamos em questões de direitos humanos e de inclusão, como também defendemos a capacitação económica e o desenvolvimento. Mas é claro que estou a falar para o coro. A inclusão do género não significa que os homens estejam ausentes destes esforços. Os homens são aliados essenciais e devem apoiar a inclusão, juntando a sua voz para insistir que as oportunidades para as mulheres sejam equitativas e justas. Como afirmou o Presidente Biden, “a igualdade de género não é uma questão exclusiva das mulheres. Beneficia toda a gente. A nossa sociedade. A nossa economia. O nosso país”. Na minha carreira de embaixador, sei muito bem como é importante dar poder às mulheres da minha equipa e, por vezes, até me refiro à minha esposa como a minha “conselheira mais sénior”. A inclusão do género está na vanguarda da nossa política externa dos EUA.
Com mais de mil milhões de dólares em investimentos dos EUA, estamos a apoiar iniciativas globais para reforçar o empoderamento das mulheres na sequência da Cimeira de Líderes EUA-África. Aqui em Angola, promovemos a inclusão do género na conceção básica dos programas financiados pela Embaixada. Um dos requisitos fundamentais é a paridade de género com pelo menos 50 por cento de representação feminina. Este requisito intencional garante que seja aberto espaço para as mulheres e raparigas angolanas aproveitarem as oportunidades disponíveis. Através dos nossos programas de intercâmbio, expandimos as redes e perspetivas de mulheres influentes como Ana Celeste Januário do Ministério da Justiça e Direitos Humanos, a designer de moda Nadir Tati e a especialista em energias renováveis Alda Manuel.
Programas como o Programa de Liderança para Visitantes Internacionais, Quem Quer Ser Empreendedor, e o Mandela Washington Fellowship da Iniciativa de Jovens Líderes Africanos, garantem que mulheres excecionais tenham oportunidades de desenvolvimento de liderança, implementação de ideias e redes inspiradoras para não se esconderem mais e liderarem a partir da frente. Conhecemos os efeitos fortalecedores do investimento na assistência à saúde e à educação. Durante mais de cinco anos, o governo dos EUA e a ExxonMobil estabeleceram uma parceria no programa Mothers 2 Mothers para reduzir a transmissão do VIH/SIDA de mãe para filho. Pude constatar o impacto monumental deste programa quando me encontrei com “mães-mentoras” em Benguela e ouvi os seus testemunhos de mulheres que ajudam mulheres a viver vidas mais saudáveis, a combater o estigma e a ter filhos sem VIH/SIDA.
O projeto Mulheres na Agricultura aumenta as oportunidades para as mulheres rurais participarem plenamente como cidadãs activas através da formalização da propriedade da terra, de técnicas agrícolas actualizadas e da alfabetização. E o mais recente esforço em parceria com a Africell, Dinheiro Digital e Melhor aka DDM, de quase US$ 5 milhões, garantirá a inclusão feminina com ferramentas financeiras digitais. Estes programas são a prova do poder da inclusão para satisfazer necessidades específicas e produzir resultados não só para os mulheres, mas também para as suas comunidades. A nossa parceria com Angola na promoção da segurança inclui as mulheres na paz e na segurança. A nossa parceria com Angola na promoção da segurança inclui as mulheres na paz e na segurança. Este ano, organizámos a segunda Conferência sobre Mulheres, Paz e Segurança em Luanda.
O nosso trabalho para garantir que Angola seja um promotor capaz e forte da paz na região inclui a consciencialização de que tal não é possível sem incluir as mulheres profissionais de segurança nestas conversas. Da mesma forma, os nossos esforços para financiar as equipas de desminagem MAG e HALO incluem o apoio a equipas de desminagem só de mulheres que estão a apoiar o nosso objetivo comum de uma Angola livre de minas. Ao partilharmos as nossas experiências, acreditamos que juntos, os EUA e Angola, podemos facilitar a liderança feminina aos mais altos níveis para um planeamento e tomada de decisões inclusivos. Espero que, esta noite, criemos redes entre nós para fazer avançar a agulha da mudança nas nossas respetivas áreas. Para alcançar a plena participação das mulheres no mundo do século XXI, a parceria é essencial. Ao trabalhar com o governo angolano, organizações multilaterais e parceiros da sociedade civil, estamos empenhados em colmatar as lacunas na saúde, educação, capacitação económica e inclusão geral. Contamos convosco para partilharem as vossas ideias e iniciativas connosco, de modo a construirmos a nossa cooperação e obtermos resultados. Viva a cooperação entre o povo angolano e o povo americano
Feliz Dia da Igualdade das Mulheres,
Obrigado e boa continuação.