Discurso da Cerimónia de 4 de Julho

Bem-vindos à celebração do Dia da Independência Americana, ou simplesmente ao nosso “barbeque”, ou seja o churrasco anual de quintal.  É verdade, voltamos a trazer aquelas costeletas e hamburgueres que sujam as mãos, mas ainda assim deliciosos.  Este ano substituímos os chapéus de cowboy, por outros objectos igualmente festivos. Este ano celebramos a música americana. A música é uma parte central de todos os países do mundo. Nos Estados Unidos, a nossa música representa a nossa alma, a nossa cultura mas também tem tido um papel importante na formação da nossa política e nos grandes movimentos sociais. Em todos os Estados Unidos, esta semana milhões de pessoas celebraram de maneira similar – partilhando boa comida, bebida e música. Não há outra forma para celebrarmos os DUZENTOS E QUARENTA anos do nascimento do nosso país aqui em Angola com todos vocês.

Esta celebração representa uma oportunidade para reconhecermos a comunidade Americana em Angola.  Falo dos membros desta missão diplomática, empresas e ONGs. Não somos capazes de fazer o nosso trabalho sem o apoio desta comunidade, e por isso, quero agradecer-vos a todos. Na realidade, muitas destas companhias aqui contribuiram para a concretização da festa de hoje, e gostaria de aproveitar o ensejo para as reconhecer:

  • Chevron-Cabinda Gulf Oil Co. Ltd
  • FMC Technologies
  • Conoco Phillips Angola
  • Esso Exploration Angola (Block 15) Limited
  • General Electric Oil & Gas
  • US-Africa Energy Association
  • Cummins Angola Lda.
  • MANSA Importacao & Exportacao
  • American Manufacturing and Trading
  • BP Angola Block 18
  • Bechtel
  • Baker Hughes

O seu apoio foi fundamental para tornar esta noite possível.  Peço-vos, por favor, uma salva de palmas para todas elas.

O nosso Dia da Independência é também uma oportunidade para reflectir sobre o ano passado. Desde o nosso último encontro neste mesmo ambiente festivo, muita coisa mudou. Este ano, Angola tem enfrentado muitos desafios. Como todos sabem, este país tem enfrentado tanto a crise económica e de saúde. O aumento da prevalência e doenças transmitidas por mosquito, a febre amarela e a malária tem sido especialmente devastadora. Infelizmente, todos nós sabemos de alguém que perdeu um membro da família, um amigo, um vizinho ou um colega de trabalho a estas doenças. Em nome da comunidade da Embaixada EUA aqui em Angola, e do povo americano que representamos, gostaria de expressar o meus pêsames a todos aqueles que perderam entes queridos durante este período difícil. Eu também quero transmitir a minha convicção de que, apesar deste período difícil para muitos, há também motivo de esperança.

Como principal doador do mundo na área da saúde global, os Estados Unidos são, e continuarão a ser, um parceiro para o povo angolano, trabalhando com a USAID e o CDC na área de saúde, na luta contra a malária e VIH/SIDA. O Centro de Controlo de Doenças (CDC) continua a enviar especialistas médicos e cientistas de topo para trabalhar com profissionais de saúde pública em Angola. Falando de trabalhadores de saúde pública, eu gostaria de ter um momento para reconhecer os médicos angolanos e enfermeiros que respondem a um número esmagador de casos por dia, fazendo o que podem para atender os doentes. Eles são os verdadeiros heróis durante este tempo de imensa necessidade.

Este ano, um novo presidente vai ser eleito nos Estados Unidos. Sabemos que estas eleições têm chamado a atenção e sido marcadas por muitas surpresas. Isso é normal para nós, e estamos confiantes que essas transições, às vezes confusas, apenas servem para fortalecer a nossa democracia. Nós abraçamos a mudança e temos visto ao longo dos tempos que uma transição ordeira de poder, não importa as personalidades políticas envolvidas, reforça uma união mais estável e dinâmica. Essa estabilidade reside nas nossas instituições fortes, que ano após ano nos ajudam a manter a prosperidade e fortalecer as liberdades individuais.

Angola enfrenta uma transição similar à dos Estados Unidos com as eleições em 2017. Preparar eleições enquanto se enfrenta uma crise económica e sanitária não é fácil. Contudo, este deverá ser um processo normal para qualquer nação. O papel das instituições públicas e privadas é essencial para desenvolver a democracia e assegurar a saúde e o bem-estar económico do povo. Embora a mudança apresente incertezas, também traz consigo a oportunidade de renovação. Como representantes do Governo dos Estados Unidos, estamos aqui para apoiar o governo de Angola a melhorar a vida de todos os Angolanos.

E temos muito que fazer. A situação económica do pais está difícil. Temos todos que acelerar o trabalho para melhorar o clima de negócios e levar esse investimento Americano, em áreas além do petróleo, investimento que nós pensamos pode contribuir para o futuro de Angola.

Sentimo-nos encorajados pelos recentes passos dados pelo Governo de Angola para a diversificação da economia e também pelos últimos desenvolvimentos em relação aos direitos humanos. Aplaudimos as recentes decisões proferidas pelo Tribunal Supremo de libertar o activista de Cabinda, José Marcos Mavungo, que havia sido condenado a pena de prisão e os activistas conhecidos por “15+2” após ter sido dado provimento ao seu pedido de Habeas Corpus. Estas decisões são demonstrações claras do papel das instituições. Temos observado que o Governo de Angola continua interessado num diálogo produtivo sobre os direitos humanos como sinal de uma relação que está cada vez mais forte. Uma relação que permita este tipo de diálogo apenas pode tornar-se mais forte e duradoura.

O tema da celebração de hoje é a música Americana. Das exuberantes grandes bandas da época de ouro às canções de Liberdade da era dos direitos civis, a nossa música conta a nossa estória. Todos os Quatro de Julho, os Americanos têm a expectativas de ouvir certas canções. Espero que oiçam algumas dessas músicas no evento de hoje.

Juntos, acredito que podemos trabalhar para melhorar a vida dos Angolanos e também a dos Americanos.  Olho com ansiedade por mais um  ano, a trabalhar juntos, construindo um mundo melhor para os nossos dois países.