Coletiva de imprensa de Kerry em Luanda, Angola

SECRETÁRIO KERRY: Bom dia a todos. O presidente Dos Santos e eu tivemos uma conversa muito construtiva hoje. Discutimos uma ampla gama de questões relativas não apenas à relação bilateral, mas também relativas a questões mais amplas sobre segurança e os desafios da região.

Quero enfatizar que Angola é um parceiro muito importante na região, e as relações entre Angola e os Estados Unidos estão, de fato, seguindo uma trajetória ascendente e ficando mais forte a cada reunião que temos.

E eu estava muito animado hoje com as discussões que tivemos sobre ampliar nossa cooperação, começar um diálogo sobre segurança e sobre dar continuidade a curto prazo à visita dos líderes africanos a Washington para a cúpula com o presidente Obama e nos envolver em novas reuniões bilaterais entre nós durante esse tempo.

Nos últimos dias, eu – perdoem-me. Nós – desculpem-me. Temos tradução.

Nos últimos dias eu falei muitas vezes sobre a liderança africana e sobre este momento de promessa e de decisão para os africanos. Angola está comprometida a aproveitar este momento ao máximo cada vez mais através de um papel importante como líder da região e em particular sobre questões de segurança. Angola está exercendo um papel central – um papel essencial, realmente – em unir as nações africanas e em liderá-las em direção a uma paz duradoura, esperamos, na região dos Grandes Lagos. Agradeço ao presidente Dos Santos por seu trabalho e compromisso pessoais com esse esforço, por sua liderança e, em particular, pela Conferência Internacional dos Grandes Lagos, que Angola sedia, e que ele se comprometeu a levar a termo.

Nosso enviado especial à região dos Grandes Lagos, o senador Russ Feingold, foi à região nove vezes antes de vir desta vez, a fim de ajudar a prestar apoio a esse esforço. Eu trabalhei muito de perto com Russ durante nossos dias no Senado, e então, como agora, ele é um trabalhador incansável, profundamente comprometido com a África, tem conhecimento sobre a África e está pronto para tentar trabalhar com o governo angolano e a ajudar – em um esforço para alcançar a paz na região dos Grandes Lagos. E sei que o presidente Obama aprecia muito o fato de que, hoje, tanto o presidente José Eduardo dos Santos como o ministro Chikoti têm o compromisso de continuar a trabalhar com o senador Feingold e com nossa equipe, a fim de fazer avançar o processo de paz.

Eu também enalteci Angola por seus compromissos na República Centro-Africana, onde os Estados Unidos forneceram US$ 100 milhões em assistência de segurança para os franceses e forças lideradas pela UA, e US$ 67 milhões em assistência humanitária. E hoje, o presidente Dos Santos nos informou que ele pretende permanecer fortemente comprometido com a iniciativa da República Centro-Africana e que vai ter brevemente reuniões em prol desse esforço.

O presidente Dos Santos e eu também discutimos a importância do comércio bilateral e de diversificar a economia angolana. A economia de Angola tem experimentado, e ainda vivencia, uma notável quantidade de crescimento econômico. Nós conversamos hoje sobre formas específicas em que os Estados Unidos e Angola podem fazer crescer o relacionamento e, em particular, falamos sobre maiores possibilidades de cooperação em agricultura, tecnologia, diversidade energética, e também em infraestrutura.

Quero dizer que estamos muito satisfeitos em ver que o crescimento da economia agora significa um crescimento de maiores oportunidades para os angolanos e cada vez mais – cada vez mais angolanos estão participando do progresso que está acontecendo aqui e nos setores vitais. Ontem aqui no porto de Luanda, tive a oportunidade de visitar as instalações da General Electric e também de me reunir com executivos de empresas energéticas que me informaram sobre o número de angolanos que estão contratando e capacitando e para os quais estão fornecendo novas oportunidades, e cremos que esse é o principal componente de uma relação. O povo de Angola deve ser beneficiado. Também esperamos que mais angolanos serão capazes de empregar seus próprios talentos no país por meio de maior envolvimento com seu governo e em uma sociedade civil mais aberta e engajada.

Aprendi que Angola irá realizar seu primeiríssimo censo desde que se tornou independente. A coleção de informações e estatísticas completas sobre uma população é um passo muito importante no desenvolvimento e no fornecimento de serviços aos cidadãos. Então desejamos ao povo angolano nossos melhores votos ao realizar essa tarefa importante, e também não vemos a hora de receber os líderes africanos em agosto em Washington na cúpula de liderança dos EUA, do presidente Obama. Essa reunião fornecerá mais uma oportunidade para que Angola e seus líderes possam compartilhar conosco seus sucessos, bem como explorar os caminhos nos quais podemos dar continuidade ao nosso relacionamento.

Eu fiquei genuinamente impressionado com a agenda compartilhada da qual falamos hoje e sentimos como se houvesse uma oportunidade para os dois países poderem fazer essa relação crescer, e aguardamos com interesse dar continuidade ao nosso trabalho. Definimos umas tarefas para cada um fazer, e vamos dar seguimento a elas. Então espero que essa parceria cresça de maneira muito construtiva e produtiva.

Obrigado.