“Uma Parceria de Princípios e de Progresso” Um discurso durante uma viagem a áfrica Luanda, Angola

O secretário de Defesa dos Estados Unidos da América, Lloyd Austin, visitou Angola, para consolidar a construção das relações no domínio da Defesa entre os dois países. Segue o discurso do secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, feito no auditório do Arquivo Histórico Nacional de Angola, sobre os novos ângulos da política norte-americana para África sob o tema “O poder da parceria”.

 

Sua Excelência Lloyd J. Austin III 

O Secretario de Defesa dos Estados Unidos de América 

“Uma Parceria de Princípios e de Progresso” 

Um discurso durante uma viagem a áfrica 

Arquivo Nacional de Angola, Luanda, Angola 

27 de Setembro de 2023 

 

Bem, obrigado, Embaixador, pela amável apresentação.  

E boa tarde a todos.  

Esta é de facto uma audiência singular.  

Ministros de Estado, Ministros, Juízes, Embaixadores, ilustres convidados – obrigado por estarem aqui hoje.  

É honra memorável alcançada ao estar aqui convosco. 

Esta e a minha primeira viagem pelo continente africano como Secretário da Defesa dos EUA. 

E também é a primeira visita a Angola de um Secretário da Defesa Americano. 

(Pausa) 

E é especialmente oportuno que nos tenhamos reunido no Arquivo Nacional de Angola – porque acredito que podemos fazer ainda mais história juntos, e gerar ainda mais progresso juntos.  

A minha equipa e eu chegámos ontem a Angola após algumas reuniões fantásticas com os nossos caros parceiros no Djibuti e no Quénia. 

E estou especialmente satisfeito por estar a concluir uma atarefada semana de viagem a África aqui convosco em Angola. Ao longo dos últimos anos, as relações dos Estados Unidos com Angola registaram imensos progressos.  

Angola tornou-se um parceiro altamente estimado e altamente apto para os Estados Unidos – é um líder em ascensão na região e além.  

Portanto, estamos a aprofundar a nossa cooperação com o Governo na modernização militar, formação, segurança marítima e prontidão médica. 

E estamos empenhados em trabalhar unidos ainda mais estreitamente na manutenção da paz, alterações clima, Inteligência, Cooperação Espacial e mais.  

Daí, estar presente em Angola para reforçar essa parceria sólida e igualitária.  

Mas também estou aqui em África para sublinhar algo ainda maior. 

(PAUSA) 

Senhoras e Senhores, estou aqui porque África é importante.  

É profundamente importante para a definição do mundo no século XXI.  

E é importante para a nossa prosperidade comum e para a nossa segurança coletiva. 

África também é profundamente importante para os Estados Unidos… e para o meu chefe, o Presidente Biden. 

A sua paixão por África remonta aos dias em que ele era ainda um jovem Senador.  

Portanto, quando o Presidente Biden fez o seu discurso no ano passado em Washington perante líderes africanos de 49 países, disse-o de coração:  

“Os Estados Unidos estão completamente apostados no futuro de África”.  

Entretanto, o Presidente também sabe que o continente enfrenta grandes desafios.  

África está na linha da frente de muitas das ameaças comuns mais urgentes do século XXI:  

pandemias,  

insegurança alimentar,  

a crise climática,  

terrorismo,  

pilhagem de recursos,  

e o regresso da autocracia. 

Mas, como pude ver em primeira mão esta semana, existe um leque de Africanos bastante inspiradores, desde líderes, ativistas e agentes de mudança que também estão nessa linha da frente.  

E, estão a bater de frente com toda uma série de grandes desafios. 

Estou a pensar hoje num jovem angolano chamado Boas Fernando.  

Julgo que se encontra aqui connosco hoje.  

Trata-se de um empresário que está a trabalhar para acabar com a insegurança alimentar aqui em Angola.  

E há vários anos, recebeu uma bolsa do nosso Departamento de Estado para estudar nos Estados Unidos.  

E assim, este filho de Angola deu por si no Iowa – um estado onde a temperatura média em janeiro ronda os nove graus negativos.  

Mas o Iowa é também um grande produtor de milho, uma cultura muito procurada aqui em Angola. 

E o Sr. Fernando apercebeu-se que podia usar as suas competências – e as relações que tinha construído no Iowa – para ligar os agricultores americanos aos consumidores angolanos… e trazer milho do Iowa para as costas de Angola.  

E isso é ótimo para os nossos dois países.  

De facto, ele ficou tão inspirado pelo tempo que passou no Iowa que agora está a trabalhar para adaptar os modelos de negócio agrícola que viu lá para fazer crescer as reservas alimentares de Angola.   

Esta é uma história de motivação e parceria.  

Juntem-se a mim e vamos dar-lhe uma salva de palmas. 

 

[Pausa]  

E esta é apenas a história de um só jovem.  

Quando se junta toda a energia deste país e deste continente, juntando tudo aquilo que vi esta semana – bem, eu saio desta viagem com bastante otimismo em relação ao futuro de África.  

Como diz o Presidente Biden,  

“Há uma verdade fundamental no século XXI… que o nosso próprio sucesso está vinculado ao sucesso dos outros também.” 

Quando todos temos um lugar á mesa, 

Quando trabalhamos como iguais em intentos comuns, 

Quando escutamos e não apenas lecionamos, 

Quando investimos na nossa segurança comum, 

Só dessa forma obtemos uma fundação  

Para uma parceria de princípios e progresso. 

Os Estados Unidos estão profundamente comprometidos em garantir que África disfrute de todas as proteções das regras e normas internacionais que promovam segurança e prosperidade. 

Outras potencias eventualmente olham para países africanos como proxies ou até simples peões – mas nós olhamos para as nações Africanas como parceiros. 

A administração Biden acredita que o futuro está a ser redigido neste mesmo momento em África. 

E nós queremos avançar Unidos, através de mais parcerias alicerçadas em cooperação mútua e respeito mútuo. 

(Pausa) 

Até ao momento já se ouviu o compromisso desta administração para com a África do Presidente Biden, da Vice-Presidente Harris, do Secretário de Estado Blinken, da Secretária do Tesouro Yellen, da Primeira Dama, e de muitos outros.   

Mas como Secretário da Defesa, eu gostaria de que nos focássemos em como construir parcerias de defesa que alavanquem a nossa segurança comum e ampliem os princípios que ambos partilhamos. 

Assim sendo gostaria de referir um pouco sobre como a forca militar dos Estados Unidos tem estado a interagir como os nossos prezados parceiros em África, de forma a tornar o continente e o mundo mais seguro, livre e justo. 

Gostaria de falar abertamente sobre os desafios que enfrentamos na segurança, contraterrorismo, e perigos de Seculo XXI. 

E explico-vos o porquê de ser tao otimista em relação a um futuro partilhado em que exista paz, prosperidade e acima de tudo, liberdade. 

(Pausa) 

Então, neste momento a nossa cooperação militar com os nossos parceiros africanos é muito mais firme do que há apenas alguns anos atrás. 

Estamos a colaborar no aprofundamento de relações de defesa sempre com base na igualdade e respeito mútuo.  

Estamos a juntar-nos a novos parceiros e a construir novas coligações para nos opormos à agressão e defendermos a soberania.  

E estamos a capacitar os nossos parceiros para encontrarem soluções a nível local, nacional e regional para os perigos que enfrentam.  

Estas ameaças incluem o extremismo violento, a pirataria, as vulnerabilidades cibernéticas e as catástrofes climáticas – muitas vezes agravadas por uma governação ténue, instituições predatórias ou pobreza persistente.  

Por isso, estamos determinados a trabalhar com os nossos valiosos parceiros africanos para desenvolver as capacidades de que necessitam para manter as suas populações seguras.  

Assim, o nosso extraordinário Comando Africano dos EUA, liderado pelo General Michael Langley, presta uma série de apoios às forças de segurança dos nossos parceiros.  

E isso inclui educação militar profissional, desenvolvimento de capacidades, contraterrorismo, logística e muito mais.   

Para aumentar ainda mais as capacidades dos nossos parceiros africanos, o Presidente Biden criou no ano passado a Parceria do Século XXI para a Segurança Africana.  

Esta importante iniciativa apoia o trabalho do AFRICOM em conjunto com os nossos parceiros em todo o continente – desde o reforço das capacidades marítimas em Djibuti até à formação em operações especiais com as forças quenianas.   

Atualmente, muitas das nossas parcerias – incluindo com Angola – centram-se na expansão da nossa cooperação em matéria de segurança marítima.  

As nações costeiras africanas têm de ser capazes de enfrentar as ameaças no mar, desde o tráfico e a pirataria à pesca ilegal e não regulamentada. 

Por isso, estamos a trabalhar com os nossos parceiros para bloquear atividades ilícitas, para aprofundar a interoperabilidade no mar, para proteger as pescas locais e para manter as rotas comerciais livres para todos.  

[Pausa]  

Agora, demasiados africanos ainda enfrentam ameaças persistentes de organizações extremistas violentas.  

Grupos terroristas como o al-Shabaab e o ISIS visam deliberadamente civis inocentes e provocam a destruição de comunidades em todo o continente.  

E a sua crueldade provoca ondas de sofrimento e instabilidade que ultrapassam as fronteiras.  

Por isso, as forças de segurança africanas têm de ser capazes de combater estes grupos, defender a sua soberania e proteger o seu povo. 

Este é um ponto fulcral para o AFRICOM.  

No ano passado, os Estados Unidos restabeleceram uma presença militar pequena e persistente na Somália.  

Isso permitiu-nos fazer muito mais para aconselhar, ajudar e treinar as forças que estão a lutar contra o al-Shabaab.  

E, sob o comando do Presidente Hassan Sheikh, a Somália deu passos importantes no sentido de retomar o seu território e interromper os ataques cruéis do grupo.  

Estamos também a aprofundar a nossa cooperação antiterrorista com o Quénia, Marrocos, Tunísia, Djibuti e muitos outros países.  

E os Estados Unidos estão a trabalhar para ajudar os nossos amigos em África a construir instituições mais fortes para combater as forças de longo prazo que concebem o extremismo.  

Mas também temos uma visão mais alargada da segurança.  

É sempre mais fácil apagar uma brasa do que apagar um incêndio.  

Por isso, estamos a apostar a dobrar na prevenção de conflitos – especialmente através da Estratégia dos EUA para Prevenir Conflitos e Promover a Estabilidade.  

Estamos a trabalhar com sete parceiros africanos para encontrar formas criativas de prevenir o conflito antes de ele começar, para investir em soluções lideradas localmente e para apoiar uma paz duradoura. 

Um dos nossos principais parceiros neste domínio é Moçambique, cujo presidente recebi no Pentágono na semana passada.  

Há quatro anos, os Acordos de Paz de Maputo procuraram pôr fim a um surto de violência extremista que durava há anos.  

Desde então, quase todos os antigos combatentes foram desmobilizados e Moçambique está a trabalhar para que os antigos combatentes sejam integrados em novas vidas promissoras.  

Esse trabalho está longe de estar concluído.  

Mas é um exemplo inspirador de como um país pode passar de um cessar-fogo frágil para uma estabilidade duradoura.  

Agora, uma parte importante do nosso trabalho de paz e segurança é trazer mais mulheres para a mesa.  

Agora, estamos também a trabalhar cada vez mais de perto com os nossos parceiros africanos em várias ameaças emergentes.   

Tal como no resto do mundo, a vida nos países africanos está cada vez mais online.  

Por isso, temos trabalhado em conjunto para aprofundar a segurança cibernética dos nossos amigos – bem como para expandir a partilha de informação cibernética para ajudar os países africanos a combater a maldade digital da desinformação externa.  

Também estamos a cooperar mais estreitamente no espaço.  

No ano passado, no primeiro Fórum Espacial EUA-África, comprometemo-nos a trabalhar em conjunto na utilização e exploração pacífica do espaço exterior.  

Congratulo-me com o facto de a Nigéria e o Ruanda terem assinado recentemente os Acordos Artemis, que estabelecem princípios comuns para orientar a exploração espacial.  

E estamos ansiosos por fazer muito mais com os nossos parceiros africanos neste importante domínio.  

Estamos também unidos pela batalha em curso contra as doenças infeciosas.  

Por isso, estamos a redobrar os nossos esforços comuns na resposta à pandemia e na prontidão médica.  

A COVID-19 ensinou ao mundo inteiro uma dura lição.  

E essa lição é que… 

Uma ameaça à saúde global em qualquer lugar  

é uma ameaça à segurança em todo o lado.  

Por isso, estou orgulhoso pelo facto de os Estados Unidos terem fornecido mais de 200 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19, que salvaram vidas, à África Subsariana… incluindo quase 11 milhões ao povo de Angola.  

E durante os primeiros meses da pandemia da COVID, o Departamento de Defesa forneceu equipamento médico, clínicas móveis, material de laboratório e muito mais. 

O AFRICOM também trabalha regularmente ao lado dos nossos parceiros africanos para prevenir surtos, instalar clínicas e hospitais de campanha e dar formação para crises futuras.  

No ano passado, aqui mesmo em Angola, as vossas Forças Armadas acolheram os primeiros exercícios de preparação médica alguma vez realizados neste país.  

E no início deste ano, no Quénia, o pessoal médico militar dos EUA e do Quénia trataram juntos de pacientes quenianos durante uma clínica de dois dias.  

Um médico americano recordou ter aprendido com os seus colegas quenianos uma nova técnica vital para cuidar de mulheres grávidas.  

E este é apenas mais um exemplo da experiência que os nossos parceiros africanos trazem. 

Agora, isto leva-me à crise climática.  

Este continente tem visto em primeira mão como o tempo imprevisível, as catástrofes naturais e outras consequências das alterações climáticas podem produzir pobreza, instabilidade e insegurança.  

Por isso, estamos a trabalhar com os nossos parceiros africanos para aumentar a vossa capacidade de criar sistemas de alerta precoce, melhorar a resiliência e reforçar a gestão de emergências. 

 

E o AFRICOM está a trabalhar com as forças armadas dos nossos parceiros para melhorar a sua prontidão, conservar a terra e proteger os recursos naturais. 

[Pausa]  

Agora, há um fio condutor comum que atravessa estas muitas áreas de cooperação.  

O nosso trabalho conjunto apoia o nosso interesse comum numa África segura, resiliente e aberta, regida por leis e regras que permitam a todos prosperar.   

Os Estados Unidos nunca tomarão a vossa parceria como garantida.  

Os povos de África merecem traçar os seus próprios caminhos soberanos.  

E não estamos a pedir aos países africanos que escolham outro lado que não o seu.  

África merece mais do que estranhos que tentam tomar sob o seu controlo sobre este continente.  

E África merece mais do que autocratas a vender armas baratas,  

a empurrar forças mercenárias como o Grupo Wagner,  

ou a privar de cereais pessoas famintas de todo o mundo.  

Como disse o Presidente Biden,  

“O futuro pertencerá àqueles que abraçam a dignidade humana, não os que a espezinham.” 

Por isso, queremos que o nosso trabalho em conjunto produza uma segurança duradoura, não um status quo frágil.  

E todos nós podemos ver os danos quando os líderes se tornam predatórios ou quando as instituições se apoderam dos recursos para si próprias.  

Para um sucesso duradouro, os países africanos precisam de instituições reativas, transparentes e lideradas por civis que respeitem os direitos humanos, defendam o Estado de direito e trabalhem para todos os seus povos.  

E África precisa de líderes civis que se mantenham fiéis aos seus cidadãos dando ouvidos às suas vozes. 

Como disse o Presidente Obama no Gana em 2009,  

“África não precisa de homens fortes…  

Precisa de instituições fortes”.  

[Pausa]  

Por isso, os Estados Unidos estão empenhados em apoiar políticas integrais do governo que promovam a paz, a segurança e a governação democrática em conjunto.  

E esses elementos são inseparáveis.     

Isto é especialmente importante neste momento de profundo desafio para a democracia em África.  

Em todo o continente, temos visto autocratas a comprometer eleições livres e justas e a impedir transições pacíficas de poder.  

Como alguns de vós devem saber, tive uma breve carreira de 41 anos num uniforme do Exército dos EUA.  

E todos os dias desses 41 anos me ensinaram a importância do controlo civil das forças armadas.  

Por isso, deixem-me ser direto.  

Quando os generais anulam a vontade do povo  

e colocam as suas próprias ambições acima do Estado de Direito,  

a segurança sofre 

e a democracia morre. 

Como refere a estratégia da administração Biden para a África Subsariana,  

“Forças armadas e outras forças de segurança eficazes, legítimas e responsáveis são essenciais para apoiar sociedades abertas, democráticas e resilientes e para combater ameaças desestabilizadoras.” 

Ou, dito de forma mais direta: as forças armadas existem para defender o seu povo, não para o desafiar.  

E África precisa de forças armadas que sirvam os seus cidadãos – e não o contrário. 

(Pausa) 

Este continuará a ser um princípio fundamental do envolvimento da América com os nossos parceiros africanos.  

Por isso, continuaremos a investir em forças armadas profissionais e lideradas por civis.  

Trabalharemos em conjunto para aprofundar as normas contra o derrube de governos democráticos.  

E seremos francos com os nossos parceiros quando as suas instituições de segurança não cumprirem essas normas universais.  

Isto não é fácil.  

Mas é o melhor e mais curto caminho para uma paz e prosperidade duradouras.  

É o caminho que milhões de homens e mulheres de todo este continente escolheram livremente.  

E os Estados Unidos orgulham-se de estar ao lado de todos aqueles que procuram governos livres, abertos e democráticos em África.   

[Pausa] 

Senhoras e senhores, fiquei profundamente comovido com a hospitalidade, a liderança e o idealismo que testemunhei esta semana. 

E também estou comovido por estar aqui hoje num local que consagra o passado de Angola – tanto a glória como a dor.  

É muito americano acreditar que a esperança pode ser mais forte do que a história.  

Mas também é muito Africano.  

Todos sabemos que a primeira ligação entre os Estados Unidos e Angola foi o tráfico de escravos.  

E, há quatro séculos, traficantes de escravos vindos de muito longe algemaram homens, mulheres e crianças deste país – pessoas que se pareciam consigo e comigo.  

Os horrores da escravatura farão sempre parte da história comum dos nossos dois países.  

E nunca os devemos esquecer. 

Mas hoje, os nossos países estão unidos de formas muito diferentes – e pelo nosso sonho comum de um futuro brilhante que pode ajudar a curar a agonia do passado. 

Hoje, o oceano que outrora transportou pessoas desesperadas e escravizadas de Angola para a América tornou-se uma bacia de cooperação pacífica.  

E, no ano passado, os Estados Unidos e Angola foram dois dos 18 países que assinaram a Declaração Conjunta sobre a Cooperação Atlântica, declarando o nosso empenhamento comum numa vasta região de direito, conservação e paz.  

Sabemos que o caminho para a liberdade pode ser longo.  

E ninguém acerta sempre.  

Amo o meu país tão profundamente que lutei e sangrei por ele.  

Mas a América não está a tentar encobrir as suas imperfeições.  

E quando uma democracia fica aquém das suas melhores tradições, como todos nós por vezes fazemos, o mundo inteiro vê-o.  

Mas esse é o objetivo.  

O génio de uma democracia não reside no facto de ser perfeita.  

O génio de uma democracia é que pode sempre abrir espaço para que os seus cidadãos se esforcem por viver de acordo com os valores universais da liberdade, do autogoverno e dos direitos humanos.  

E o génio de uma democracia é que ela é sempre um trabalho em curso. 

Isto é pessoal para mim.  

Sou um filho do Sul segregado da América.  

Cresci numa época de segregação racista legalizada na América.  

E estou aqui em África como o primeiro Secretário da Defesa negro da América.  

[Pausa]  

Por isso, acredito com toda a minha alma no progresso que podemos fazer juntos.  

Já vi instituições passarem da discriminação para a democracia.  

Vi líderes aprenderem lições poderosas com o passado trágico.  

E vi a democracia ser um poderoso motor da sua própria renovação. 

Sei que a minha história não é a vossa história.  

E a viagem do meu país não é a viagem do vosso país.  

Mas acredito genuinamente  

que os nossos sonhos são partilhados  

e os nossos futuros estão ligados.  

[Pausa]  

Em 1966, um dos meus heróis, Robert F. Kennedy,  

viajou para a Cidade do Cabo,  

a cerca de 2.000 quilómetros a sul daqui.  

E ele disse,  

“As nações, tal como os homens, marcham muitas vezes ao ritmo de baterias diferentes… 

e as soluções exatas dos Estados Unidos não podem ser ditadas nem transplantadas para outros.   

O que é importante, no entanto, é que todas as nações devem marchar em direção a uma liberdade crescente… 

em direção à justiça para todos… 

em direção a uma sociedade suficientemente forte e flexível para satisfazer as exigências de todo o seu povo, independentemente da sua raça… 

e as exigências de um mundo de imensas e vertiginosas mudanças que se nos deparam a todos.” 

Agora, desde que o Senador Kennedy disse essas palavras, a “imensa e vertiginosa mudança” que ele descreveu só tem acelerado.   

E há uma forma clara de enfrentar essa mudança – e essa forma é em conjunto.   

Por isso, nos próximos anos, vamos manter-nos unidos como parceiros iguais.  

Vamos trabalhar juntos nos grandes desafios de segurança dos nossos tempos.  

E marchemos juntos em direção a uma maior liberdade e justiça para todos.  

Muito obrigado. 

Original: https://www.defense.gov/News/Speeches/Speech/Article/3539479/a-partnership-of-principle-and-progress-remarks-by-secretary-of-defense-lloyd-j/